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Este Chevette não é um Chevette – é um Honda S2000!

Motor dianteiro longitudinal, tração traseira e câmbio manual. Esses três ingredientes são considerados, por muitos entusiastas, o mínimo para tornar um carro divertido – praticamente qualquer carro. E eles podem ser encontrados em uma infinidade de modelos diferentes, de marcas diferentes e épocas distintas. Dá até para dizer que essa configuração mecânica é a assinatura de um carro entusiasta – excluídos, claro, esportivos e supercarros de motor central-traseiro.

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E é esse o caso de dois automóveis que, fora dividirem o mesmo layout, não têm relação alguma: o Chevrolet Chevette e o Honda S2000. O primeiro, como todos sabemos muito bem, foi lançado na década de 1970 sob diferentes marcas da General Motors em várias partes do mundo, sobrevivendo no Brasil até a década de 1990. O segundo, por outro lado, nasceu na década de 1990 e tornou-se um ícone por seu estilo atemporal, sua dinâmica meticulosamente bem acertada, e seu motor F20C – um 2.0 aspirado capaz de entregar 250 cv na versão japonesa.

E porque estamos falando justamente desses dois carros? Porque, bem, algum maluco resolveu juntar os dois em uma só máquina: o cara aí em cima, que tem carroceria de Chevette e todo o resto do S2000 – motor, câmbio, suspensão e interior.

Até por volta de 2008, este Vauxhall Chevette 1982 hatch era igual a qualquer outro. Foi quando o responsável pela modificação o comprou – e o levou para os Estados Unidos com “más intenções” em mente.

Por sorte, nos EUA o S2000 é um carro relativamente fácil de encontrar, ainda que esteja ficando cada vez mais caro. Então, o dono do Chevette encontrou um exemplar em desmanche, com cerca de 160.000 km rodados – já cansado, porém íntegro e pronto para doar todas as suas entranhas ao ilustre visitante britânico.

Do Chevette restaram apenas o monobloco, os vidros e as peças de acabamento principais – faróis, lanternas, maçanetas e emblemas. O restante é tudo Honda.

Nos EUA, o motor F20C tinha taxa de compressão um pouco mais baixa – o que reduzia sua potência para ainda respeitabilíssimos 240 cv. Que, de todo modo, ainda é quase cinco vezes mais que os 50 cv do motor 1.3 usado pelo Chevette britânico, e ainda gira a quase 9.000 rpm. Em um carro de 845 kg, é quase potência demais. Quase.

Levando em conta que o Chevette é um carro mais antigo, de uma época com chapas de metal de qualidade inferior e criado para suportar menos de 100 cv, foi preciso dar bastante atenção à estrutura na hora de colocar o motor F20C ali. A maior parte dos reforços foi obviamente aplicada na parte dianteira – suportes de metal nas longarinas, uma travessa de fibra de carbono atrás do painel de instrumentos sob o painel de instrumentos, e reforços laterais no mesmo material entre o painel, os para-lamas dianteiros e as soleiras. Além disso, o túnel central foi refeito para acomodar o câmbio manual de seis marchas do S2000 – que teve o cardã e o diferencial traseiro igualmente transplantados para o Chevette.

As mudanças estruturais, porém, não param aqui. Os subchassis dianteiro e traseiro do S2000 também foram adaptados no S2000, o que significa que ele tem o mesmo sistema de suspensão independente por braços triangulares sobrepostos nas quatro rodas. Como as bitolas do S2000 são consideravelmente maiores que no Chevette, as molduras nos para-lamas não são apenas estética – sem elas, as rodas ficariam saltadas para fora. As molduras são ligadas entre si pelas saias laterais, que formam um conjunto bem integrado aos spoilers dianteiro e traseiro – sendo que este último abriga as saídas duplas do sistema de escape feito sob medida.

As rodas de 16 polegadas? Adivinhou: elas também vieram do S2000, assim como os freios a disco nas quatro rodas. A única parte do “chão” do carro que não veio do esportivo japonês foram os amortecedores, que são peças da Bilstein

Ao abrir as portas, nota-se que o painel do S2000 teve de ser cortado para caber dentro do Chevette – que, afinal, é 20 cm mais estreito que o roadster da Honda. O painel também obrigou o criador do projeto a recuar a posição do banco dianteiro e dos pedais, o que incidentalmente ajuda a equilibrar melhor a distribuição de massas do carro, colocando mais peso em direção à traseira.

Não acaba por aí: o console central, o quadro de instrumento, os bancos e até o santo-antônio integrado do S2000 foram instalados no Chevette – que agora é um carro de dois lugares. Sem problema, pois seus tempos de carro de família ficaram bem distantes no passado.

Agora, isso não quer dizer que este Chevette S2000 seja um projeto de pista – ao contrário: todas as amenidades do roadster, incluindo ar-condicionado, vidros elétricos e sistema de som com CD-plauer, foram inclusas no hatchback. Que ainda ganhou partida por botão, cintos de quatro pontos para motorista e carona, e um extintor de incêndio abaixo do banco do motorista.

Por mais querido que seja o Chevette no Brasil, há quem acredite que ele só fica legal de verdade depois de um engine swap – motor de Opala, de Vectra, Família I ou mesmo o Volkswagen AP são escolhas populares. Esse monstrinho aqui, porém, eleva a coisa a outro nível. É mesmo uma pena que ele esteja nos Estados Unidos, onde o site Bring a Trailer o vendeu por US$ 15.000 (cerca de R$ 77.000 em conversão direta) no último mês de maio.

Nós ao menos temos algo parecido – o Chevette K20 que publicamos no FlatOut Street há alguns meses. Qual dos dois faz mais o seu estilo?

Chevette-Honda K20 | FlatOut Street